domingo, 29 de setembro de 2013

Pulso

Noite escura.
Calma perdida.
Promessas quebradas.
Alegrias fingidas.

A vida sofrida. 
A alma ferida.
A alma reconstruída. 

Tudo escorre pelas mãos.
Frias e sombrias.
Ideias inatas.
Ideias fixas.

Sede e fome de outro alimento.
Da gota que mostra o ultimato.
Do frio mármore e terra quente.
Da dor que acaba com o tormento.
Do último suspiro. 

Ângulos

Meu corpo é feito de janelas.
Embaçadas pela neblina.
Iludindo meus passos.
Uma casca, uma farsa, um marco.
Oculto em meio à rotina.

Em frente à janela há um muro
Onde pintam a felicidade.
Como ilusionismo,
Desenham o amor, os sorrisos
Mascaram toda a verdade.

Quebrar janelas.
Conhecer a realidade.
Abrir caminhos.
Construir a dignidade.

domingo, 22 de setembro de 2013

Entre amores e paredes


Menina. Mulher.
Da tua mente nascem vidas
Que desabrocham e findam
Numa folha de papel. 

Mulher. Menina.
Cuja alma, fascina
Até as estrelas do céu.

Tu que lês nas entrelinhas
Os segredos da vida
De quem viveu mais de mil anos;
Viveu quinze ou dezesseis.

Moça de mente bagunçada
Que reflete uma existência 
de belezas escondidas.

Por trás de dores sentidas.
Entre amores e paredes; 
Teu coração brilha. 
Fiando com diamantes
Cada ponto do tecido
Que forma a trama da vida. 


Poema dedicado a Gleanne Rodrigues, que tem alegrado meus dias e me mostrado que a loucura nem sempre é algo ruim. Rsrsrs








Amor proibido

Eu me apaixonei pela morte, mas ela foi embora.
 Hoje eu vivo a sua procura. 

domingo, 15 de setembro de 2013

Quero Escrever o Borrão Vermelho de Sangue - Clarice Lispector


Quero escrever o borrão vermelho de sangue
com as gotas e coágulos pingando
de dentro para dentro.
Quero escrever amarelo-ouro
com raios de translucidez.
Que não me entendam
pouco-se-me-dá.
Nada tenho a perder.
Jogo tudo na violência
que sempre me povoou,
o grito áspero e agudo e prolongado,
o grito que eu,
por falso respeito humano,
não dei.

Mas aqui vai o meu berro
me rasgando as profundas entranhas
de onde brota o estertor ambicionado.
Quero abarcar o mundo
com o terremoto causado pelo grito.
O clímax de minha vida será a morte.

Quero escrever noções
sem o uso abusivo da palavra.
Só me resta ficar nua:
nada tenho mais a perder.


Este poema me traduz..