sexta-feira, 28 de dezembro de 2012



"Não soube compreender coisa alguma! Deveria tê-la julgado por seus atos, não pelas palavras. Ela exalava perfume e me alegrava... Não podia jamais tê-la abandonado. Devia ter percebido sua ternura por trás daquelas tolas mentiras. As flores são contraditórias! Mas eu era jovem demais para saber amá-la."
- O pequeno Príncipe.

Eu não sabia como amá-lo. Sempre que estava com ele, causava-lhe alguma dor.  E essa situação me fazia sofrer também. Então, como não deveria ter feito, eu o abandonei.
Assim como as flores do pequeno príncipe, o amor é contraditório. Eu o amava. Eu o odiava. Mas não são sentimentos opostos, ódio também é sentir. "O contrario do amor é a indiferença." Bom, a essa fase ainda não cheguei. A verdade é que nem te odiar eu consigo.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Borboleta azul

Era um dia típico de verão. Eu usava meu vestido florido. Adorava aquelas cores alegres. Ele era leve o que caia bem naquele calor. Eu só tinha sete anos e passeava no parque com minha mãe. Estava com fome e ela tinha entrado na fila para comprar comida.  Eu esperava ao seu lado até que vi uma borboleta azul.

-Mamãe, olha a borboleta.

-Sim filha, é linda.

Distraída falando ao celular enquanto esperava a fila andar, ela não me viu correr atrás daquele minúsculo ser com asas. Um pouco mais a frente vi mais borboletas, de várias cores e tamanhos. Um garotinho também corria atrás delas.  Juntamos-nos nessa caçada e nossa amizade começou.
Alguns minutos depois minha mãe me encontrou. Parecia preocupada, mas ficou aliviada quando me viu.  Disse-me para não sumir mais dessa forma e eu assenti com a cabeça.
A mãe do garotinho também apareceu e por coincidência (ou destino?) era uma velha amiga da mamãe. Não se viam há anos e isso foi a desculpa perfeita para a conversa rolar solta. A tarde inteira elas conversaram, enquanto eu brincava com um garotinho e borboletas azuis.

Os anos se passaram e eu hoje me encontro em um quarto meticulosamente mobiliado. Sentada perto de uma janela com vista para o parque, recordando aquele dia em que o destino nos uniu. Eu mal sabia que aquele menino viria a ser o dono do meu primeiro beijo. Não imaginava que hoje estaria nesse quarto olhando um bebê de olhos azuis em um sono profundo.  Olhos azuis como os daquele garotinho, que se tornou o homem que logo chegará do trabalho. Azuis como as borboletas do móbile que balança acima do berço.  Azuis como aquelas borboletas que ainda vejo através da janela da mente, voando livremente no parque. 


quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Apostas


Em silêncio, meu peito transborda.
Pequeno para o espaço que ocupa a tristeza.
Repleto em toda sua natureza
De flores secas que não irão desabrochar.

A cada batida, uma tempestade.
Torrente nos olhos, sangue da alma.
A dor e o silêncio acalmam
Perguntas que o tempo me mostra.
Procurando respostas,
A todo momento rolam os dados.
Os minutos estão marcados.
Estão feitas as apostas.

Queria escrever algo, mas nada que vaga em meu peito tem coerência para ser posto em palavras.
Como pássaros assustados meus pensamentos, ao menor ruído, abrem suas asas e alçam voo.
Como estrelas, inalcançáveis, reluzem por atenção. Para logo em seguida serem encobertos por nuvens.
Abstratos, dançam entre fios de cabelos, páginas de livros e teclas de computador.
Perdem-se em sonhos ou em realidades. Encontram-se em lágrimas e sorrisos.
Flutuam nos ideais da liberdade. Iludem-se a caminho do paraíso.

É o fim.. ou o princípio.

Quem a via, ali, quieta não poderia imaginar o turbilhão que se fazia seus pensamentos. Aquela manhã havia começado como todas as outras. Banho, café, faculdade. O dia foi passando, mas os pensamentos não a deixavam em paz. Ela precisava tomar uma decisão. Ele estava ao lado dela fazia um ano. Trouxe alegrias, mas junto também vieram muitas tristezas. Falta do apoio da família, fofocas na escola, durante o final do ensino médio. Obstáculos que foram vencidos pelos dois. Porém o maior deles vivia dentro dela. Uma marca na alma, um trauma de origem desconhecida. E isso não a deixava estar verdadeiramente com ele. Ela tentou, contudo o que vivia dentro dela foi mais forte. Ela não consegue estar bem com um homem. Não só ele mais qualquer indivíduo do sexo masculino. Ele queria mais. Ela não poderia corresponder às expectativas dele. Ele já estava cansado de tentar convencê-la e no final havia resolvido respeitá-la para não perde-la. Porém para ela já havia sido demais. O desgaste emocional foi intenso os medos e os traumas foram reforçados Ela se magoava e o deixava magoado também. Então uma decisão foi tomada. Ela desistiu. Uma companhia de um ano foi perdida. O deixou, mas permaneceu com seus traumas a atormentando. Naquela noite não chorou. Dormiu como pedra e acordou na manha seguinte para ir à faculdade. Lá ninguém nada percebeu. Aos próprios olhos ela parecia insensível, mas sabia que a qualquer momento as lágrimas iriam jorrar. Ela sabe que precisará ser forte para vencer tudo isso sozinha, mas tem que tentar. Não poderá nunca sacrificar a própria felicidade por outro alguém. Porém sua felicidade parece estar tirando férias em um lugar qualquer num planeta bem distante. Ela vai ter que amadurecer muito, lutar muito e está disposta a conseguir tudo isso, sozinha. Ao final de tudo, a ela deixará de ser uma menina e se tornará uma grande mulher.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

13/11/12



Talvez eu finalmente tenha surtado.
Talvez finalmente meus traumas se tornaram maiores que eu.
Tenho reações estranhas, comportamentos inconstantes..
Tenho desejos reprimidos e vergonhas ocultas.
Sozinha na escuridão da noite eu encontro meu lar.
Viajo em pensamentos e tento nesse mundo me encaixar..
Absorta na escuridão, não se sabe se é noite lá fora ou no meu coração.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Uma carga elétrica passeava por todo meu corpo. Centelhas de emoções tentando escapar. Cada célula do meu corpo implorava por uma dose daquele veneno. Peguei meu celular pensando em te ligar, eu desejava te ver. Olhei para as teclas iluminadas. O coração gritava para continuar, porém, toda a energia do meu ser não foi o bastante. Coloquei o celular na estante e dormi pensando em você.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Poema sem nexo

O teto, concreto;
A cama, não ama;
O monstro, interno;
O lapso, remorso.

O sexo, segredo;
O desejo, oculto;
O medo, intenso;
O tempo, distante.

Tua voz, embebesse;
Os lábios, adoçam;
Os olhos, se fecham;
Dos sonhos, acorda!
No descomeço era o verbo.
Só depois é que veio o delírio do verbo.
O delírio do verbo estava no começo, lá, onde a 
criança diz:eu escuto a cor dos passarinhos.
A criança não sabe que o verbo escutar não Funciona 
para cor, mas para som.
Então se a criança muda a função de um verbo, ele
delira. 
E pois.
Em poesia que é voz de poeta, que é a voz De fazer
 nascimentos -
O verbo tem que pegar delírio.


-Manoel de Barros

domingo, 28 de outubro de 2012






“Dói. Se me perguntarem o que acontece, só saberei responder isso: dói. Se me perguntarem onde é a dor, ainda assim só responderei: dói. Tudo tem a ver com aquele grito reprimido, aquele sonho escondido, aquele choro nem sempre contido: dói. Aquela vontade de cortar a garganta para não poder gritar. Aquela vontade de arrancar os olhos só pra não poder ver. Aquela vontade de esmagar o coração só para não poder sentir. Mesmo com todas essas coisas incapacitadas ainda assim doeria. Porque não está na garganta, nos olhos, no coração. Está em toda parte.”
Caio Fernando Abreu.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Sem nexo

É tudo tão estranho. Coração tão dolorido.
Pedra dura, Diamante bruto, que você não consegue polir.
Não quero ser teu sofrimento, mas não aguento o meu.
Entre você e eu há um mundo de dor.
Meus traumas, meus problemas,
Me tornam impenetrável.
Quem eu fui não lembro mais, quem eu sou não reconheço
Entre acertos e tropeços, meu coração se formou.
Isso tudo me roubou, a vontade de viver.
Não sei mais nem dizer, se odeio ou  amo.
Em palavras eu proclamo pensamentos desconexos.
Quando nenhum gesto, acalma meu coração.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Deserto*

*Segunda versão dessa postagem.
http://www.ruadireita.com/info/img/no-teu-deserto-um-quase-romance.jpg

Acordo atordoada e pego meu relógio na mesinha de cabeceira, são 04h00min da madrugada. O Quarto está escuro, a única iluminação vem do visor do despertador.
Eu me lembro dos dias de inverno, quando você estava aqui para me aquecer.  Do almoço de domingo, você rindo porque a comida queimou. Lembro do seu toque em minha pele, do teu sorriso.  Ainda guardo as entradas do cinema, aquele filme que você esperava estreou.
Olho para o lado, a cama está vazia. Uma pequena lágrima se apresenta em meu olhar. São 06h45min e o despertador finalmente tocou. Ligo o rádio, a nossa música está tocando. O café está quente. O jornal já chegou. Por um segundo te imagino ao meu lado, comendo apressado, pois precisa ir trabalhar.
Recordo-me de nossa primeira briga e do deserto que entre mim e você se formou. Dois pratos na mesa com o resto do jantar. Palavras ríspidas jogadas no ar. Teus passos se distanciando dos meus.
07h00min, nossa musica já acabou, o café esfriou e você não voltou, a sessão do cinema encerrou, o oásis dos meus olhos secou.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Deserto

Vi uma postagem no blog da Melina e resolvi tentar o mesmo (http://melinasouza.com/2012/09/05/seu-texto-no-blog/) É o seguinte, o desafio é pegar uma imagem e escrever algo sobre a mesma. Aqui segue minha primeira tentativa.

http://www.ruadireita.com/info/img/no-teu-deserto-um-quase-romance.jpg
Acordo atordoada e pego meu relógio na mesinha de cabeceira, são 2:30 da madrugada. O Quarto está escuro, a única iluminação vem do visor do despertador. Uma mínima parcela de luz, mas o bastante para ver que a cama está vazia no local onde você deveria estar. Uma pequena lágrima se apresenta em meu olhar, eu a enxugo, pois não posso me permitir chorar. Levanto sonolenta, pensando no sonho que tive, pesadelo que me acordou. Imagens dos nossos momentos, o primeiro "eu te amo", a primeira vez que você me beijou. Belas lembranças coloridas, que aos poucos se transformaram em dor, a primeira briga, o deserto que entre eu e você se formou. Uma xícara de café para despertar, dois pratos na mesa com os restos do jantar. Palavras ríspidas jogadas no ar. 5:30, finalmente o despertador tocou. Banho, roupa limpa, ir trabalhar. Ônibus lotado, sorriso forçado, mente a vagar. Novamente chega a noite. Abro a porta esperando te encontrar, fecho a porta tentando não chorar. Ativo o despertador, volto para cama, sonho com deserto e nele vejo pegadas a se afastar.
"Um escritor somente é escritor quando menos é escritor, no instante mesmo em que tenta ser escritor e escreve. Na absoluta solidão de seu ofício, enquanto a mente elabora as frases e a mão corre para acompanhar-lhe o raciocínio, é escritor. Nesse espaço, entre o pensamento e a expressão, vibra no ar um ser sutil, fátuo e que, terminada a frase, concluído o texto, se evapora. Nesse átimo, o escritor é escritor. Aí e somente aí. Depois, já é o primeiro leitor, o primeiro crítico de si mesmo e não mais escritor."

Vivendo em guerra

Depressiva, assim estou me sentindo. Ultimamente nada tem dado muito certo e eu sofro com isso. Eu sou uma pessoa complicada, e minha vida está um caos. Aparecem problemas de todos os lados e eu não consigo resolver, meu cérebro não pode se quer processar. Meus pensamentos se tornam fios emaranhados, jogados em um poço escuro. Imagina desfazer esse amaranhado sem conseguir enxergar. Me sinto inútil, como se minha vida não valesse nada. Tenho vontade de chutar o balde. Desde criança vivo em um campo minado e estou cansada disso. Tenho membros decepados por causa de pisadas em falso que causaram explosões e algumas dessas pisadas nem minhas foram. Coisas que eu amo fazer, que dão sentido a minha vida, eu não estou conseguindo fazer direito. Me sinto um fracasso ambulante. Minhas notas me decepcionam, meus textos são uma porcaria e eu os escrevo só como desabafo. Sou uma covarde o que é bom e ruim. Bom porque se não fosse assim eu já teria abrido mão da minha vida e ruim porque sendo assim não consigo tomar certas decisões. Ando em círculos pelo campo de guerra, vendo destroços por onde passo, perdendo pedaços de mim pelo caminho, esperando apenas ver um dia, de uma forma ou de outra, a guerra acabar.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Culpa, é o sentimento que predomina...
Carregar um peso inútil que não sei de onde veio e não consigo soltar.

domingo, 7 de outubro de 2012


"Agora preciso de tua mão,
não para que eu não tenha medo,
mas para que tu não tenhas medo.
Sei que acreditar em tudo isso será,
no começo, a tua grande solidão.
Mas chegará o instante em que me darás a mão,
não mais por solidão, mas como eu agora:
Por amor."
Clarice Lispector

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Naufragando

Mais um dia está acabando. Hoje pela manhã eu estava tão feliz porque estávamos nos dando bem. Estava tranquila e com uma ternura no coração, mas como sempre a vida gosta de jogar revés.
Você me apareceu fazendo tempestade em copo d'água e eu fiquei sem entender. Será que me expressei mal? Será que finalmente meus inúmeros defeitos começaram realmente a te incomodar? Eu não sei! Você sempre me diz que eu sou perfeita e eu sempre te digo que não, mas você parece não querer acreditar. Você brinca me chamando de bipolar, mas será que não tem um fundo de razão? Você diz que preciso aprender e  me tratou de uma forma muito esquisita. Aprender? É claro que preciso aprender! Você é minha primeira experiência! Como quer que eu já saiba de tudo? Não precisava ser assim, tão ríspido. Talvez eu tenha sido uma idiota em acreditar que poderia enfrentar um relacionamento, talvez eu viva melhor sozinha, mas já fui lançada ao mar e o navio já partiu ha bastante tempo. Só me resta remar e tentar não afundar o bote, mas se ambos não remarem, não iremos a lugar algum. O sol já se pôs, você já dormiu e eu continuo a remar sozinha, nesse fim de noite/ inicio de madrugada, perdida em um oceano de lágrimas, eu digo: Hoje pela manhã eu estava tão feliz porque estávamos nos dando bem, e agora aos poucos diminuo o ritmo dos remos e vou dormir triste porque brigamos. Esperando apenas que ao acordar nosso barco não tenha naufragado..

domingo, 16 de setembro de 2012

Vontade de gritar. Colocar pra fora tudo que aflige meu peito. Liberar toda essa tensão, esses traumas, esses medos, esses desejos.. Não posso, mas quero me perder em seus beijos. Deixar o meu corpo colado no teu. Deixar o instinto tomar conta de mim. Sem culpa, sem pudor. Libertar, fazer amor. Gritar pra esse mundo, imundo, que odeio essas regras impostas, odeio os padrões definidos, odeio machismo, odeio as dificuldades que existem no universo feminino. Não suporto viver com as travas que a educação repressora me deixou... Enquanto escrevo me entrego, como Clarice Lispector "Me entrego em palavras" . É a única forma que encontro, a única forma segura, um momento em que são esquecidos os pudores, momento em que a menina certinha, a aluna exemplar, pode ser apenas humana e admitir as fraquezas. Confessar os desejos e as torturas e não poder desejar. Essas letras no papel ( ou na tela do computador) são o mais próximo da liberdade que eu conheço, são o mais próximo do meu coração que alguém pode chegar. São meus sentimentos mais íntimos, o que mantem minha vida. "Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém, provavelmente a minha própria vida."

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

This world sucks

Esse mundo é uma porcaria. Os cidadãos vivem presos como se fossem bandidos e os bandidos agem em plena luz do dia com um revolver na mão e carros passando do lado. As pessoas veem e nada fazem, mas quem é de se meter? Ninguém vai querer correr o risco de tomar um tiro. Aquela arma brilhando com a luz do sol.. Uma imagem que não vai sair facilmente da minha mente. Lágrimas que derramei por cauda de um maldito ladrão. $#%& que não tem o que fazer e vai roubar pessoas que estão saindo da universidade. A gente luta pra subir na vida e vem um marginal com cara de bonzinho e nos rouba, e o pior não é um celular ou dinheiro que ele leva, o pior é a sensação de medo, de não poder se quer sair da casa para estudar. 14 de setembro de 2012, o dia em que passei a odiar mais ainda o mundo em que vivo e a amar mais ainda as paredes do meu quarto e as páginas dos meus livros. Ao menos elas não vão me apontar uma arma e me tirar a paz.

domingo, 9 de setembro de 2012



"Estou agora ouvindo o grito ancestral dentro de mim:
parece que não sei quem é mais a criatura,
se eu ou o bicho. E confundo-me toda.
Fico ao que parece com medo de encarar instintos abafados 
que diante do bicho sou obrigada a assumir.
(...)
Nada existe de mais difícil que entregar-se ao instante.
Esta dificuldade é dor humana.
É nossa.
Eu me entrego em palavras..."


(Clarice Lispector)

quarta-feira, 5 de setembro de 2012




Meus pensamentos, como aves assustadas,
Ao menor ruído abrem as assas e alçam voo.
Pousam suavemente no telhado,
Pontos que reluzem como ouro.

Perdem-se em caminhos tortuosos da cidade. 
Encontram-se em lágrimas ou em estranhos sorrisos. 
Flutuam nos ideais da liberdade. 
Iludem-se a caminho do paraíso. 


segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Armadura de pétalas

Como uma onda,
 O tempo vem e carrega meu viver.
Transforma o meu sentir, 
Muda o meu pensar,
 Rouba o meu sorrir.

Sem chance para escolher, 
Sem chance para argumentar,
 Não houve tempo de assimilar.
Me achei despercebida,
 Num caminho sem saída.
Com uma dor sem medida,
 Vendo um céu sem luar.

No corpo de uma mulher
Um coração de menina
Opostos, desatinam
Meu crescer hostil

Preparou seu ardil
Veio me inquietar
Só pra me jogar
em seu leito de dor.

Oh, tempo impostor
Me permita crescer
Sem que meu florescer
se transforme em tortura.

Estilhaçando 
minha armadura
em pétalas de amor.


-Soul Love

domingo, 26 de agosto de 2012

"A Enfermagem é uma arte; e para realizá-la como arte, requer uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, quanto a obra de qualquer pintor ou escultor; pois o que é tratar da tela morta ou do frio mármore comparado ao tratar do corpo vivo, o templo do espírito de Deus? É uma das artes; poder-se-ia dizer, a mais bela das artes!"
Florence Nightingale

sábado, 25 de agosto de 2012

O jardim do coração

"Mesmo que encontrássemos outro Éden, não teríamos condições de desfruta-lo perfeitamente nem de ficar lá para sempre."
-Henry van Dyke
                                                              ...

Flores mal cuidadas são vistas por todo lado.
Restos do que foi um jardim perfeito.
Árvores um dia já rodearam esses lares,
Mas o tempo as tornou apenas galhos imperfeitos.

Olhos chorosos observam frustados,
O sofrer na calmaria que precede os tormentos.
Monstros a espreita no telhado,
Ou faces agonizando no terror dos pensamentos.

Marcas do fracasso o deixam pesado.
Uma eterna cicatriz sutilmente se apresenta.
Esse jardim tão falado, Cansado.
É o coração definhado,
Que mesmo cansado aguenta.

                           -Soul Love


sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Definhando

Sempre lutei para conseguir ingressar em uma faculdade. Hoje, aluna universitária, estou muito feliz- mas também muito triste. Entre livros imensos de citologia, anatomia, bioquímica.. não me resta tempo para quase nada. Minha vida sentimental está quase totalmente negligenciada, não tenho tempo nem pra estar triste ou completamente feliz. Minha maior paixão está quase deixada de lado, meus livros, minhas palavras. Estou ha quase um mês lendo um livro só e não consigo evoluir na leitura porque não há tempo. Sem tempo para decidir, sem o alimento da minha alma, de uma certa forma estou definhando. Longe de estar reclamando, pelo contrário, agradeço muito a Deus por estar tendo meu sonho realizado. Este é só um desabafo, já que não consigo mais nem falar sobre meus sentimentos. Entre tantas coisas para estudar me entristece deixar para segundo plano meu amor pelas palavras, mas é um mal necessário. Hoje não tenho tempo para cuidar dos meus sentimentos. Que ironia uma aluna de enfermagem, que está aprendendo "a arte de cuidar" não poder cuidar de si mesma...

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

domingo, 12 de agosto de 2012

Dia dos pais

Hoje é comemorado o dia dos pais. Muitas pessoas hoje estão felizes com seus pais, outras lembrando dos que já se foram.. Mas o que é ser pai?
Ser pai não é só "fazer" um filho. Ser pai não é somente dar dinheiro pra alimentação e escola.
Ser pai não é só aparecer para ver os filhos de vez enquando. Muitas pessoas hoje choram a ausência.
E eu fico perdida entre metade ausência e metade presença. Vejo meu pai muitas vezes, mas na maioria delas ele pouco me dá atenção. Poucas vezes na minha vida senti amor por parte dele. As atitudes dele muitas vezes já me fizeram chorar. Hoje, por dentro, eu choro. Perdida entre ausências e presenças. Entre sorrisos cínicos e lembranças ruins. Um pai deveria dar bons exemplos, mas não lembro de ter recebido nenhum de parte paterna. Meu coração as vezes dói. Quando criança muitas vezes chorei a falta de amor dos meus progenitores, mas hoje não sou mais um bebê e não me permito mais chorar por isso. E mesmo com todas as lembranças e lágrimas eu amo meus pais. Queria muito ter lembranças boas, mas as que tenho são poucas e sem muitos detalhes. Um dia na praia, ele correndo e se jogando em uma piscina que eu tinha feito na beira do mar junto com meu irmão. Um dia no parque de diversões em um passado muito distante, cujo minha unica lembrança é um carrossel e que ele estava lá. O dia em que meus pais chegaram juntos em casa, foi uma visão que me emocionou, pois me fez lembrar uma família normal. Foi tão bonito, mas não passou de uma viagem da minha mente, que viu uma cena e imaginou muito mais...

sábado, 11 de agosto de 2012

Estou cansada! Cansada das pessoas, cansada de quem eu sou. Não aguento mais conviver com meus conflitos íntimos. Não aguento mais minha baixa estima. Não aguento mais ficar triste por bobagens. Não aguento minha vontade de chorar que nunca é acompanhada pelas lágrimas. Eu não aguento mais ser quem eu sou. Seria tão mais fácil simplesmente fugir. Não quero enfrentar meus dramas pessoais. Não quero mais amigos, amor, ninguém mais. Viver em sociedade só traz infelicidade, mas viver sozinha tira a sanidade. Eu não sei o que pensar, o que fazer o que sentir. Só sei que nesse instante eu queria sumir.

domingo, 29 de julho de 2012

 Que menina nunca… 
Sonhou com o primeiro beijo. Com o primeiro amor, aquele que lhe faria sentir borboletas no estomago como nos filmes. Que menina nunca se imaginou adulta, e sentiu medo do futuro. Qual nunca se apaixonou, e passou horas e horas acordada sonhando e imaginando diálogos e mais diálogos, enquanto sentia ódio das horas que pareciam não passar… Vamos admita, que menina nunca sonhou com um príncipe encantado, aquele mesmo dos contos de fadas com direito a cavalo branco e tudo. Que menina nunca sentiu uma enorme saudade da infância e de como as coisas eram mais fáceis, qual de nos nunca se imaginou como a personagem do seu livro, filme favorito, qual nunca passou um batom vermelho e salto alto, e saiu por ai sem rumo certo… Ou pelo menos quis fazer isso. Que menina nunca rabiscou a ultima folha do caderno com o nome dele e sorriu ao imaginar os dois, que menina nunca brigou com as amigas, não chorou sozinha no escuro, se sentiu sozinha e abandonada e com uma imensa vontade de sumir. Se decepcionou, pagou um mico em publico, sentiu vergonha e riu escandalosamente? Qual nunca ficou feliz por um motivo extremamente bobo, e passou horas no telefone falando bobagens? Que menina nunca tentou escrever o que sentia e se surpreendeu com a tamanha confusão dos seus pensamentos?
Qual nunca….

Diferentes, confusas, e… No fundo somos todas iguais. — Cristiane B. (subordinavel)

sábado, 28 de julho de 2012

Um outro agora

Que nunca sonhou em mudar o passado ou ver o futuro? Quem nunca se encantou com filmes de ficção com viagens no tempo? É um defeito do ser humano. Uma palavra proferida traz consequências ruins e passamos a nos lamentar, desejar voltar ao passado e consertar. Um atraso, um esquecimento, uma falha e passamos a viver de passado. Aí surgem os velhos pensamentos "E se tivesse acontecido de outra forma..E se tudo fosse diferente?" Mas não da para criar um novo passado. Viver se lamentando e esquecendo o presente só vai fazer com que no futuro continuemos nos lamentanto por não aproveitar o hoje. Porque da mesma forma que não se pode muda o passado, não poderemos criar um outro agora para usar no futuro.

Imensidão

As vezes, quase sempre, à noite olho o céu. Diante de tal beleza e imensidão me sinto pequena.
Como uma estrela solitária perdida no firmamento em uma galáxia desconhecida em algum lugar do espaço.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Por que é tudo tão difícil? A vida passa. As pessoas mudam, tomam caminhos diferentes. A faculdade se aproxima e com ela mais passos de amadurecimento. Eu sei que é hora de ver a vida com os olhos de uma mulher. Mas no fundo meu coração quer ser sempre de uma menina. Eu posso resolver situações como uma adulta. Posso enfrentar a faculdade com uma adulta. Posso agir como mulher. Mas algo no meu íntimo sempre irá relutar. Vai ter sempre aquela pontinha querendo simplesmente fugir para o mundo encantado. A proximidade física me assusta. A figura masculina me provoca medo. Me imaginar chegando as ultimas consequências de um relacionamento a dois me faz perder noites de sono e desejar nunca deixar de ser apenas uma menininha.

sábado, 21 de julho de 2012

Hoje preciso do abraço que me conforta. Da mão que segura a minha e me ajuda a seguir e frente. Hoje preciso do apoio, do carinho. Preciso de quem espanta minhas inseguranças. Enfim, hoje preciso de você!!!
É triste quando a inspiração não me visita. Entre a correria do dia e os problemas d'alma, a falta da inspiração me deixa em um universo de solidão..

terça-feira, 17 de julho de 2012

"Não há temas poéticos. Não há épocas poéticas. O que realmente existe é o subconsciente enviando à inteligência telegramas e mais telegramas (...). A inspiração parece um telegrama cifrado, que a atividade inconsciente envia à atividade consciente, que o traduz" 
(Mário de Andrade)

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Hora de crescer

É inevitável, chega um dia em nossa vida que temos que crescer. Abandonar os laços que nos prendem ao passado. Admitir que a infância acabou e não vai mais voltar. Encarar a vida de frente. Deixar de ser menina, tornar-se mulher. Na infância crescer pode parecer mágico, mais liberdade, não ter alguém dizendo que isso ou aquilo é errado. Mas na realidade não é bem assim. Os limites ainda vão existir, pelo menos o bom senso pede. Ainda existirão pessoas dizendo que não podemos ou  não devemos  fazer isso ou aquilo - A diferença é que poderemos escolher entre seguir ou não o conselho recebido. Ainda vamos chorar às vezes, desejar um colo ou um ombro amigo. Afinal ninguém precisa ser forte o tempo inteiro. Não vai ser tudo perfeito como imaginávamos durante a infância enquanto vestíamos os vestidos da mamãe e colocávamos aquele sapato enorme com um salto que se quer sabíamos como se equilibrar em cima. Mas é uma fase da vida e como cada uma tem seu encanto. Não adianta querer adiar, não admitir que esse momento chegou - Isso só vai trazer sofrimento - No fundo todos nós sabemos, para uns mais cedo e para outros mais tarde, sempre chega a hora de crescer.
"Quando a dor de permanecer o mesmo é maior que a dor da mudança ai vc muda"

Alforria

Você sempre me disse que estaria ao meu lado enquanto eu permitisse, mas chegou um momento em que você não aguentou. Ambos estamos cansados, dois corações tomados pela dor. Minhas manias irritantes você não terá mais que suportar. Meus momentos ruins você não vai mais presenciar. Enquanto escrevo as lágrimas rolam em meu rosto. É, eu não deixei de te amar. Eu te amo e justamente por isso te deixo livre. Não te imponho suportar mais minhas crises. Eu sou escrava das minhas feridas, minhas dores e isso querendo ou não te machuca também. Então com dor no coração e uma torrente nos olhos te digo: Uma vez você me disse que estaria comigo até eu permitir. Até eu te dar sua carta de alforria. Chegou o dia, você já a tem.
Tudo parado, um silêncio de matar. Você não está ao meu lado e por algum tempo não quer estar. Tudo que me resta é esperar. Minhas lágrimas rolam soltas a noite inteira. Durante o dia seguro o máximo que posso, mas não aguentando corro para o banheiro e choro escondida, com o chuveiro ligado pra ninguém me escutar. Esperar.. essa espera maltrata meu coração que não aguenta mais lutar. Talvez no fim dela você não vá mais me encontrar.



"Estas alegrias violentas têm fins violentos...
Falecendo no triunfo, como fogo e pólvora
Que num beijo se consomem."



Romeu e Julieta, Ato II, Cena VI



"De tanto tentar colocar um ponto final, eles acabam se tornando reticências…"

Tati Bernardi

sábado, 14 de julho de 2012

"Sumi porque só faço besteira em sua presença, fico mudo
quando deveria verbalizar, digo um absurdo atrás do outro quando
melhor seria silenciar, faço brincadeiras de mau gosto e sofro
antes, durante e depois de te encontrar.
Sumi porque não há futuro e isso não é o mais difícil de
lidar, pior é não ter presente e o passado ser mais fluido que o ar.
Sumi porque não há o que se possa resgatar, meu sumiço é
covarde mas atento, meio fajuto meio autêntico, sumi porque
sumir é um jogo de paciência, ausentar-se é risco e sapiência,
pareço desinteressado, mas sumi para estar para sempre do seu
lado, a saudade fará mais por nós dois que nosso amor e sua
desajeitada e irrefletida permanência."


Martha Medeiros



A alegria na tristeza

A Alegria na Tristeza

O título desse texto na verdade não é meu, e sim de um poema do uruguaio Mario Benedetti. No original, chama-se "Alegría de la tristeza" e está no livro "La vida ese paréntesis" que, até onde sei, permanece inédito no Brasil.

O poema diz que a gente pode entristecer-se por vários motivos ou por nenhum motivo aparente, a tristeza pode ser por nós mesmos ou pelas dores do mundo, pode advir de uma palavra ou de um gesto, mas que ela sempre aparece e devemos nos aprontar para recebê-la, porque existe uma alegria inesperada na tristeza, que vem do fato de ainda conseguirmos senti-la.

Pode parecer confuso mas é um alento. Olhe para o lado: estamos vivendo numa era em que pessoas matam em briga de trânsito, matam por um boné, matam para se divertir. Além disso, as pessoas estão sem dinheiro. Quem tem emprego, segura. Quem não tem, procura. Os que possuem um amor desconfiam até da própria sombra, já que há muita oferta de sexo no mercado. E a gente corre pra caramba, é escravo do relógio, não consegue mais ficar deitado numa rede, lendo um livro, ouvindo música. Há tanta coisa pra fazer que resta pouco tempo pra sentir.

Por isso, qualquer sentimento é bem-vindo, mesmo que não seja uma euforia, um gozo, um entusiasmo, mesmo que seja uma melancolia. Sentir é um verbo que se conjuga para dentro, ao contrário do fazer, que é conjugado pra fora.

Sentir alimenta, sentir ensina, sentir aquieta. Fazer é muito barulhento.

Sentir é um retiro, fazer é uma festa. O sentir não pode ser escutado, apenas auscultado. Sentir e fazer, ambos são necessários, mas só o fazer rende grana, contatos, diplomas, convites, aquisições. Até parece que sentir não serve para subir na vida.

Uma pessoa triste é evitada. Não cabe no mundo da propaganda dos cremes dentais, dos pagodes, dos carnavais. Tristeza parece praga, lepra, doença contagiosa, um estacionamento proibido. Ok, tristeza não faz realmente bem pra saúde, mas a introspecção é um recuo providencial, pois é quando silenciamos que melhor conversamos com nossos botões. E dessa conversa sai luz, lições, sinais, e a tristeza acaba saindo também, dando espaço para uma alegria nova e revitalizada. Triste é não sentir nada.

Martha Medeiros

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Olavo Bilac, Ouvir Estrelas.

Ouvir Estrelas
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda noite, enquanto
A Via Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir o sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizes, quando não estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas". 

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Não precisa saber


Tantos medos, angustias, conquistas. Turbilhões de emoções tomam conta do seu coração. Sozinha ela suporta tudo, afinal ninguém precisa saber. Não é preciso saber que ela passa noites em claro pensando nele, pensando nos dois. Ninguém precisa saber das lágrimas que ela derramou ou das vezes que aquele sorriso era um disfarce para a dor. Não precisa saber das vezes que calada ela só desejava gritar, nem das vezes que achou que seria melhor jogar tudo no ar. Das vezes que a saudade torturou. Das vezes que o coração queria algo que a mente negou. Ou da falta que faz a inocência antiga, a criança que nada sabe da vida. Nem do quanto é difícil ser forte por dois. Que feridas saradas podem voltar a doer. Que há segredos guardados para a ele não machucar. Que barreiras quebradas ainda podem atrapalhar. Que palavras lançadas podem até matar. Não precisa saber que por trás do silêncio mora um poço dor. Que ela é um diamante quebrado que ninguém nunca poderá consertar. Não precisa saber, mas é possível negar?

Caio Fernando Abreu

"Alguma coisa explodiu, partida em cacos. A partir de então, tudo ficou mais complicado. E mais real. "
— Caio Fernando Abreu

Caio Fernando Abreu

Mas tudo bem, tô calmo e ponderado, embora a vontade seja de agredir todo mundo, dizer meia dúzia de verdades e sair pisando duro. Não vou fazer nenhuma loucura. 
— Caio Fernando Abreu

Sonhos


Sonhos, sementes de esperança que brotam em minha mente entre noites de insônia. Planos, angustias, nostalgias. Entre quatro paredes e pessoas adormecidas meus sonhos despertam. Me fazem rir ou chorar.Desejo sair sem rumo ou simplesmente senta no quintal e olhar a lua. Desejo por um segundo desistir de tudo. E em seguida desejo, talvez, lutar. Algo invade meu peito. Algo que não sei decifrar.

Soneto da fidelidade

‎"De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.


Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."

-Vinicius de Moraes