quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Quinze de outubro

O corpo dolorido.
A lembrança.
O coração transbordante.
A ânsia de ter novamente.
As curvas do corpo.
Caminho da alma.
A pele macia que arde.
O desejo.

O carinho.
O apelo.
União.
Sintonia.
O amor que move.
A sede do beijo.
A fome de mais.

O suor.
Sussurros.
Gemidos.
O sexo latejante.
Movimentos.
Avidez.
Umidade.

Paixão.
Entrega.
Êxtase.
Gozo.

Lembranças
de uma tarde
de amor.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Caleidoscópio

Fotografia: Gleanne Rodrigues
Eu vejo realidades pintadas em vitrais. Elas atravessam em cores inexistentes. Raios de sol que refletem o brilho oculto. Passos incertos de quem caminha lá fora. 
Guardo horas arrastadas a observar o mundo. 
Vejo o caos de luzes brilhando de forma indistinguível. Trânsito de cidade grande às sete da noite. Os olhos fitam no vazio interno uma rua perdida. Escura.  Lá, a lua não apareceu.
Surgem na rua duas moças. Elas caminham como se não tivessem medo do mundo. Mãos dadas com uma força de chumbo. Palpito como quem encontra pela primeira vez um amor. Pares de olhos profundos, escuros. Íris que escondem sorriso e dor. A falsa liberdade de um bairro diverso. Paredes marcadas pela luta frequente. Olhares curiosos de pessoas vis. A hipocrisia de uma nação doente. Eu, mais um sujeito-expectador. Em caminhada, dobram a esquina. A rua volta a ficar vazia. Nas minhas fibras, o olhar envidraçado de uma delas. Foram embora, mas o caminho ficou cheio de saudade. Foram embora, mas no caminho ficou cheiro de saudade. E eu por mais um segundo continuo a bater. Só mais um segundo enquanto aquele par de olhos emoldurados viver. 

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Que eu chore
quando você entristece
Que eu sofra
quando você adoece
Que eu grite
no meu silêncio
E implore socorro
quando ninguém percebe

Que doa
quando você me pede
Que arda
quando te atendo o pedido
Que eu morra
em vida

Mas que eu renasça
com um sorriso teu
Que eu sorria com tua alegria,
amor meu
Acima de tudo
Acima da dor que nós causa 
o mundo
Que eu te ame
Que tu me ames
Enquanto a vida durar

domingo, 29 de junho de 2014

http://media.tumblr.com/tumblr_m4selvvlQg1qjkuvf.jpg
Mulheres reais
não são feitas de maquiagens
são feitas de sorrisos
de amor em cada curva
de liberdade conquistada
em meio a prisão do mundo
de amor próprio
e amor compartilhado 
belo a seu modo
único
respeitado.

sábado, 28 de junho de 2014

Nos teus olhos
moram minh'alma
a cada vez que refletes
a minha imagem.

Nos teus lábios
encontro a força,
a troca de amor
no encontro com os meus. 

Nas tuas mãos
Descanso as minhas
E silenciosamente
Descanso também
Meu coração. 

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Vinte e sete

São tantas 
palavras
que me
fogem
com o
vento 
frio.

Escondidas
na alma.
Escritas
nos olhos.
Que você
tão bem
sabe ler.

São tantos
silêncios
em que
digo
que
te
amo.

Poemas
não
escritos
que
respiro
pra
você.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Uma sombra se move sobre minha cabeça. Pego, deixo-a tomar forma em minhas mãos. Olho através dela. Já sei o que vou encontrar. Todas elas me trazem a mesma imagem. Não consigo escapar. Se não as pego, elas não vão embora. Me cercam por horas até finalmente entrarem em combustão. E incendeiam o que estiver pela frente. Assim eu sou obrigada a reviver dia após dia as mesmas imagens. Cavando um poço de dor cada vez mais profundo na minha alma. Já não tenho mais lágrimas. Tanta dor faz com que eu me sinta  incapaz de chorar. É incoerente, mas a dor parece me fazer insensível às outras coisas. As imagens passam. Não preciso olhar, conheço-as bem. Me encaminho para frente do espelho. Arrumo os cabelos, engulo o grito que está na garganta, levanto a cabeça e saio. Preciso ir à faculdade.

sábado, 17 de maio de 2014

12.05.14


Nem todas as linhas tortas são inúteis. Nem todo caminho que se cruza é encruzilhada. Nem toda semelhança é mera coincidência.

Talvez eu seja apenas mais uma nessa estrada tortuosa. Meus passos nunca foram tão seguros. Minhas mãos nunca souberam onde se apoiar. Meu coração flutuava entre a pedra e a pena, nunca sabendo qual era seu lugar. Eu corri em círculos achando que chegaria à algum lugar. Eu vi o sol nascendo errando a direção. Eu provei a maldade que habita alguns seres. Tentei confiar e me machuquei. Tentei não devolver a dor que me causavam. No final, fui eu quem quebrei. Me fiz no vazio, no escuro do nada. Me vi no destino de quem, sem aviso, antecipa uma data marcada. Eu quis desistir, tentei terminar. 

Mas achei aquele alguém. Eu poderia escrever sobre como esse alguém mudou minha vida. Mas ela sabe sua importância para mim e esse não deveria ser um escrito sobre amor. É algo sobre a dor de viver. Eu nunca soube de tudo. Eu nunca soube de nada. Mas uma coisa é mais que certa: Viver dói. 

E amar torna suportável a dor de viver.

XVII

Leste.
Sem norte.
À sorte.
Encandeia-me.

L-e-s-t-e.
Ler-te.
Ver-te
Ao norte.

Amar-te.
Querer-te.
Tornar-se.
Mais forte.

Mostra-me.
A rosa.
No verso.
Que cinza.

Gritas.
Que escuto:
"Na caminhada.
Perdida.

Dia após dia.
Meu eu.
Com teu eu.
Se (re) encontra." 

Dezesseis e cinco.



Perfeição. 
Sutil estremecer das mãos. 
Tua alma nua. 
Minha alma crua.
O sabor do teu amor. 
Nas minhas mãos o teu calor.
Que emana do âmago. 
O sentir do teu beijo. 
De repente, me vejo.
Totalmente tua.




segunda-feira, 28 de abril de 2014

Without fear.

I wish you here.

I want you.

My life doesn't exist

If i can't see you.

You are my girl.

You are my life.

Your skin,

Your eyes,

Your lips,

All in you.

My paradise.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Enchente

Noite de domingo.
Hoje é terça.
Mas soa como domingo.
Aquele anoitecer triste.
Aquela velha melancolia.
A lua sorri, linda.
Eu te espero.
O coração chora calado.
O silêncio ecoa gritado.
Em algum lugar há neblina.
Tudo soa desconexo.
Não há pensamento completo.
A lua lá fora ilumina.
O tempo parece parado.
Meus sentimentos revirados.
Nada me supre.
Nada fascina.
Minha dor sangra escondida.
Oculta sob a aparente vida.
Carrego inútil esperança.
Que ela vá logo embora.
Em algum lugar já é dia.
Em algum lugar alguém chora.
Em algum lugar já é hora.
De inicio.
De partida.

terça-feira, 8 de abril de 2014

Áspera.
A mercê do vento.

Quebradiça.
Alma sem alento.

Disforme.
Inconforme. 

Cor de ocre.
Folha seca que sou.




lassidão

Marcas.
Pesadas.
Costas.
Carregadas.
É o peso do mundo.

Lágrimas.
Escuras.
Dor
Que sufoca.
É o soco de chumbo.

Grito
Que ecoa.
Por mais que doa.
A vida
Continua.

domingo, 6 de abril de 2014

Submersa

Esta manhã que ainda não começou
Poderia ser a última
Essa noite que não acabou
Poderia ser a última
Esse suspiro de dor
Poderia ser o último

As lágrimas presas
Poderiam nunca sair
Os planos feitos
Poderiam nunca existir
Essa dor que me cerca
Poderia me consumir

Essa noite meus pulmões poderiam parar
Meu coração, não mais bombear
Eu poderia não ver mais o céu
Não mais sentir o gosto do fel
Hoje poderia ser meu fim

Mas com você tudo é primeiro,
Meu amor.



domingo, 23 de março de 2014

Monday. Moon Day.

Mais uma segunda-feira vem.
Tenho saudades de alguém. 
Meu coração ainda pesa.
Meu coração ainda flutua.

Mais uma segunda-feira se aproxima.
Minha alma ainda chora.
Minha alma ainda dança.
Minha alma ainda rima. 

Mais um domingo se vai.
Minha esperança se esvai.
Minha vida desanima. 

Mais um domingo que termina.
O futuro ainda paira.
O passado ainda falha.
Minha dor ainda deriva

Mas os dias ou semanas
No meu coração que ama
São só passos.
Descompassos.
Que o futuro desatina.

E me fazem enlouquecer.
Te esperar e te querer.
Meu amor.
Minha menina. 

23.03.14

Encerro mais um dia.
Meu cansaço.
A saudade.
A falta que faz você.
E eu só quero saber
quanto tempo falta
para eu nunca mais
ter que ficar sem te ver.

domingo, 16 de março de 2014

Old

          Sonho louco
      Pensamentos
   Frouxos
Devaneios

Espero
   Sinceros
       Encontros
           Teus beijos.

sábado, 15 de março de 2014

(E)Terno.

Curvas e retas.
Caminhos desertos.
Fragmentos do meu ser.

Tormentas.
Tempestades interiores.
Tsunamis em espaços vazios.

Teus braços.
Abraços.
Acalmo.
Transbordo.

Propagação de ondas.
Infinitos espaços.
Beijo dos astros.
Oceanos tranquilos.



Para meu amor. 




quinta-feira, 6 de março de 2014

Guia

Centelhas.
Centenas.
Pingos de luz no escuro do quarto.
Um teto de estrelas para minha construção.

Cada estrela
Um tempo.
Segredos do meu universo
Que só conto a você.

terça-feira, 4 de março de 2014

Celeste

Maremotos.
Terremotos. 
Vulcões em erupção.
Forças da natureza.
Que se dissipam com firmeza
nas correntes das nações. 

Forças que vem e se findam.
Não são desastres naturais.
Nascem e vivem dentro da gente.

São versículos. 
São correntes. 
Dos viveres da alma.


E do encontro da calma
com a inquietação.
Do beijo entre nossos planetas.
Do encontro dos corpos.
Da entrega entre devotos.

Confirmada a rendição.
Do(i)s seres que se unem.
Amor de outra encarnação.

Entrega

Ausência. 
Clama. 
Chama.
A chama. 
Do fogo. 
Amor.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Simplicidade

Ver o mundo com outros olhos. São os olhos dela. Aquela pele, perfeita em tom e textura.  Seus dedos entrelaçados com os meus. Aquela boca. Lábios macios. Suas palavras. Sussurros. Em meio ao caos ela reduz o tom da voz. E me acalma. E ela é tudo que eu quero sentir. Tudo que eu quero viver. Silencio.  O mundo não precisa saber da pureza desse sentimento.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Helenas

A jaula tem duas portas. As portas são grades. O monstro está lá dentro. Quero mostrar a todos quem ele realmente é. A sociedade inteira festeja. É dia de comemoração, só não sei o que eles comemoram. A reunião de todas as pessoas na praça central é a oportunidade perfeita. Tudo parece tão antigo. A arquitetura. A textura das pedras, dos objetos. A vestimenta das pessoas. É tudo rudimentar. Os festejos começam. As mulheres começam a dançar, estou entre elas. A dança é sensual, os corpos se movimentam num ritmo hipnotizante. Minha menina também está ali, dançando do meu lado. Está linda. Balança aquele véu cor de esmeralda, me parece a joia mais precisa de toda a face da terra. As pessoas observam a dança típica àquela época. O clima está intenso. Eu a beijo. O monstro está solto. Não é um lobo. Não é o que todos abominam, mas as pessoas não deixam de criticá-lo como se fosse a mais atroz criatura. É tudo tão ultrapassado. Mas essa sociedade não está entre àquelas descritas na história. É atual: Século XXI. Estão disfarçados os carrascos. Mas as pessoas continuam sendo mandadas para a forca e guilhotina. São taxadas de bruxos, errados, pecadores por acreditar. Por amar. De repente não existe mais ninguém. Somente eu e ela. É isso que importa. Ela está nua. Meu corpo junto ao corpo dela. O beijo continua, nem um milésimo de segundo se passou. A sensualidade da dança se traduz no arder do nosso amor. Eu a toco. A observo. Não são ultrajes. Não é um monstro. É amor. 

sábado, 18 de janeiro de 2014

http://integracaoholistica.blogspot.com.br/2012/11/a-entrega-ao-amor.html

Verter sorrisos.
Ser saudades.
Calar a voz que te deseja.
Ter tua pele tocando as cores da eternidade. 

Sensibilidade a flor da pele.
Calor que emana do âmago.
Meu ser clamando por teu ser.

Sons e sabores do amor.
Entrega de seres.
Sinestesia.

Levo

Singulares
Sonhos, segredos, sorrisos
Da alma que corre ao bater da vida.
O trivial, simplório contrastando com a chama que brilha.
A luz que emana de dentro de ti.
Três ângulos.
Triângulos são meros instrumentos.
Rótulos de uma sociedade marginalizada.
Meu amor é fora da lei.

Plural.
Eu amas.
Tu amo.
Do amor não ousamos discordar. 

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Uma e treze

É insano. Perfumes que não existem me fazem lembrar de você. Tua imagem está aqui a cada fechar de olhos meus. Lúcida. Estou lúcida, mas deliro desejando a insanidade. Desejando ir a teu encontro num momento de torpor ou de razão. Teu templo. Do teu templo sou devota. Não, nada disso tem a ver com religião. E amor, é alma, é desejo, delírio. Carinho, amizade. É saudade, solidão. Tua voz parece tão distante. A saudade toma conta do instante. Tua Ausência ecoa dentro de mim. TUM - TÁ, TUM- TÁ, TUM...