domingo, 28 de outubro de 2012






“Dói. Se me perguntarem o que acontece, só saberei responder isso: dói. Se me perguntarem onde é a dor, ainda assim só responderei: dói. Tudo tem a ver com aquele grito reprimido, aquele sonho escondido, aquele choro nem sempre contido: dói. Aquela vontade de cortar a garganta para não poder gritar. Aquela vontade de arrancar os olhos só pra não poder ver. Aquela vontade de esmagar o coração só para não poder sentir. Mesmo com todas essas coisas incapacitadas ainda assim doeria. Porque não está na garganta, nos olhos, no coração. Está em toda parte.”
Caio Fernando Abreu.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Sem nexo

É tudo tão estranho. Coração tão dolorido.
Pedra dura, Diamante bruto, que você não consegue polir.
Não quero ser teu sofrimento, mas não aguento o meu.
Entre você e eu há um mundo de dor.
Meus traumas, meus problemas,
Me tornam impenetrável.
Quem eu fui não lembro mais, quem eu sou não reconheço
Entre acertos e tropeços, meu coração se formou.
Isso tudo me roubou, a vontade de viver.
Não sei mais nem dizer, se odeio ou  amo.
Em palavras eu proclamo pensamentos desconexos.
Quando nenhum gesto, acalma meu coração.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Deserto*

*Segunda versão dessa postagem.
http://www.ruadireita.com/info/img/no-teu-deserto-um-quase-romance.jpg

Acordo atordoada e pego meu relógio na mesinha de cabeceira, são 04h00min da madrugada. O Quarto está escuro, a única iluminação vem do visor do despertador.
Eu me lembro dos dias de inverno, quando você estava aqui para me aquecer.  Do almoço de domingo, você rindo porque a comida queimou. Lembro do seu toque em minha pele, do teu sorriso.  Ainda guardo as entradas do cinema, aquele filme que você esperava estreou.
Olho para o lado, a cama está vazia. Uma pequena lágrima se apresenta em meu olhar. São 06h45min e o despertador finalmente tocou. Ligo o rádio, a nossa música está tocando. O café está quente. O jornal já chegou. Por um segundo te imagino ao meu lado, comendo apressado, pois precisa ir trabalhar.
Recordo-me de nossa primeira briga e do deserto que entre mim e você se formou. Dois pratos na mesa com o resto do jantar. Palavras ríspidas jogadas no ar. Teus passos se distanciando dos meus.
07h00min, nossa musica já acabou, o café esfriou e você não voltou, a sessão do cinema encerrou, o oásis dos meus olhos secou.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Deserto

Vi uma postagem no blog da Melina e resolvi tentar o mesmo (http://melinasouza.com/2012/09/05/seu-texto-no-blog/) É o seguinte, o desafio é pegar uma imagem e escrever algo sobre a mesma. Aqui segue minha primeira tentativa.

http://www.ruadireita.com/info/img/no-teu-deserto-um-quase-romance.jpg
Acordo atordoada e pego meu relógio na mesinha de cabeceira, são 2:30 da madrugada. O Quarto está escuro, a única iluminação vem do visor do despertador. Uma mínima parcela de luz, mas o bastante para ver que a cama está vazia no local onde você deveria estar. Uma pequena lágrima se apresenta em meu olhar, eu a enxugo, pois não posso me permitir chorar. Levanto sonolenta, pensando no sonho que tive, pesadelo que me acordou. Imagens dos nossos momentos, o primeiro "eu te amo", a primeira vez que você me beijou. Belas lembranças coloridas, que aos poucos se transformaram em dor, a primeira briga, o deserto que entre eu e você se formou. Uma xícara de café para despertar, dois pratos na mesa com os restos do jantar. Palavras ríspidas jogadas no ar. 5:30, finalmente o despertador tocou. Banho, roupa limpa, ir trabalhar. Ônibus lotado, sorriso forçado, mente a vagar. Novamente chega a noite. Abro a porta esperando te encontrar, fecho a porta tentando não chorar. Ativo o despertador, volto para cama, sonho com deserto e nele vejo pegadas a se afastar.
"Um escritor somente é escritor quando menos é escritor, no instante mesmo em que tenta ser escritor e escreve. Na absoluta solidão de seu ofício, enquanto a mente elabora as frases e a mão corre para acompanhar-lhe o raciocínio, é escritor. Nesse espaço, entre o pensamento e a expressão, vibra no ar um ser sutil, fátuo e que, terminada a frase, concluído o texto, se evapora. Nesse átimo, o escritor é escritor. Aí e somente aí. Depois, já é o primeiro leitor, o primeiro crítico de si mesmo e não mais escritor."

Vivendo em guerra

Depressiva, assim estou me sentindo. Ultimamente nada tem dado muito certo e eu sofro com isso. Eu sou uma pessoa complicada, e minha vida está um caos. Aparecem problemas de todos os lados e eu não consigo resolver, meu cérebro não pode se quer processar. Meus pensamentos se tornam fios emaranhados, jogados em um poço escuro. Imagina desfazer esse amaranhado sem conseguir enxergar. Me sinto inútil, como se minha vida não valesse nada. Tenho vontade de chutar o balde. Desde criança vivo em um campo minado e estou cansada disso. Tenho membros decepados por causa de pisadas em falso que causaram explosões e algumas dessas pisadas nem minhas foram. Coisas que eu amo fazer, que dão sentido a minha vida, eu não estou conseguindo fazer direito. Me sinto um fracasso ambulante. Minhas notas me decepcionam, meus textos são uma porcaria e eu os escrevo só como desabafo. Sou uma covarde o que é bom e ruim. Bom porque se não fosse assim eu já teria abrido mão da minha vida e ruim porque sendo assim não consigo tomar certas decisões. Ando em círculos pelo campo de guerra, vendo destroços por onde passo, perdendo pedaços de mim pelo caminho, esperando apenas ver um dia, de uma forma ou de outra, a guerra acabar.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Culpa, é o sentimento que predomina...
Carregar um peso inútil que não sei de onde veio e não consigo soltar.

domingo, 7 de outubro de 2012


"Agora preciso de tua mão,
não para que eu não tenha medo,
mas para que tu não tenhas medo.
Sei que acreditar em tudo isso será,
no começo, a tua grande solidão.
Mas chegará o instante em que me darás a mão,
não mais por solidão, mas como eu agora:
Por amor."
Clarice Lispector

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Naufragando

Mais um dia está acabando. Hoje pela manhã eu estava tão feliz porque estávamos nos dando bem. Estava tranquila e com uma ternura no coração, mas como sempre a vida gosta de jogar revés.
Você me apareceu fazendo tempestade em copo d'água e eu fiquei sem entender. Será que me expressei mal? Será que finalmente meus inúmeros defeitos começaram realmente a te incomodar? Eu não sei! Você sempre me diz que eu sou perfeita e eu sempre te digo que não, mas você parece não querer acreditar. Você brinca me chamando de bipolar, mas será que não tem um fundo de razão? Você diz que preciso aprender e  me tratou de uma forma muito esquisita. Aprender? É claro que preciso aprender! Você é minha primeira experiência! Como quer que eu já saiba de tudo? Não precisava ser assim, tão ríspido. Talvez eu tenha sido uma idiota em acreditar que poderia enfrentar um relacionamento, talvez eu viva melhor sozinha, mas já fui lançada ao mar e o navio já partiu ha bastante tempo. Só me resta remar e tentar não afundar o bote, mas se ambos não remarem, não iremos a lugar algum. O sol já se pôs, você já dormiu e eu continuo a remar sozinha, nesse fim de noite/ inicio de madrugada, perdida em um oceano de lágrimas, eu digo: Hoje pela manhã eu estava tão feliz porque estávamos nos dando bem, e agora aos poucos diminuo o ritmo dos remos e vou dormir triste porque brigamos. Esperando apenas que ao acordar nosso barco não tenha naufragado..