domingo, 16 de setembro de 2012

Vontade de gritar. Colocar pra fora tudo que aflige meu peito. Liberar toda essa tensão, esses traumas, esses medos, esses desejos.. Não posso, mas quero me perder em seus beijos. Deixar o meu corpo colado no teu. Deixar o instinto tomar conta de mim. Sem culpa, sem pudor. Libertar, fazer amor. Gritar pra esse mundo, imundo, que odeio essas regras impostas, odeio os padrões definidos, odeio machismo, odeio as dificuldades que existem no universo feminino. Não suporto viver com as travas que a educação repressora me deixou... Enquanto escrevo me entrego, como Clarice Lispector "Me entrego em palavras" . É a única forma que encontro, a única forma segura, um momento em que são esquecidos os pudores, momento em que a menina certinha, a aluna exemplar, pode ser apenas humana e admitir as fraquezas. Confessar os desejos e as torturas e não poder desejar. Essas letras no papel ( ou na tela do computador) são o mais próximo da liberdade que eu conheço, são o mais próximo do meu coração que alguém pode chegar. São meus sentimentos mais íntimos, o que mantem minha vida. "Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém, provavelmente a minha própria vida."

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

This world sucks

Esse mundo é uma porcaria. Os cidadãos vivem presos como se fossem bandidos e os bandidos agem em plena luz do dia com um revolver na mão e carros passando do lado. As pessoas veem e nada fazem, mas quem é de se meter? Ninguém vai querer correr o risco de tomar um tiro. Aquela arma brilhando com a luz do sol.. Uma imagem que não vai sair facilmente da minha mente. Lágrimas que derramei por cauda de um maldito ladrão. $#%& que não tem o que fazer e vai roubar pessoas que estão saindo da universidade. A gente luta pra subir na vida e vem um marginal com cara de bonzinho e nos rouba, e o pior não é um celular ou dinheiro que ele leva, o pior é a sensação de medo, de não poder se quer sair da casa para estudar. 14 de setembro de 2012, o dia em que passei a odiar mais ainda o mundo em que vivo e a amar mais ainda as paredes do meu quarto e as páginas dos meus livros. Ao menos elas não vão me apontar uma arma e me tirar a paz.

domingo, 9 de setembro de 2012



"Estou agora ouvindo o grito ancestral dentro de mim:
parece que não sei quem é mais a criatura,
se eu ou o bicho. E confundo-me toda.
Fico ao que parece com medo de encarar instintos abafados 
que diante do bicho sou obrigada a assumir.
(...)
Nada existe de mais difícil que entregar-se ao instante.
Esta dificuldade é dor humana.
É nossa.
Eu me entrego em palavras..."


(Clarice Lispector)

quarta-feira, 5 de setembro de 2012




Meus pensamentos, como aves assustadas,
Ao menor ruído abrem as assas e alçam voo.
Pousam suavemente no telhado,
Pontos que reluzem como ouro.

Perdem-se em caminhos tortuosos da cidade. 
Encontram-se em lágrimas ou em estranhos sorrisos. 
Flutuam nos ideais da liberdade. 
Iludem-se a caminho do paraíso. 


segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Armadura de pétalas

Como uma onda,
 O tempo vem e carrega meu viver.
Transforma o meu sentir, 
Muda o meu pensar,
 Rouba o meu sorrir.

Sem chance para escolher, 
Sem chance para argumentar,
 Não houve tempo de assimilar.
Me achei despercebida,
 Num caminho sem saída.
Com uma dor sem medida,
 Vendo um céu sem luar.

No corpo de uma mulher
Um coração de menina
Opostos, desatinam
Meu crescer hostil

Preparou seu ardil
Veio me inquietar
Só pra me jogar
em seu leito de dor.

Oh, tempo impostor
Me permita crescer
Sem que meu florescer
se transforme em tortura.

Estilhaçando 
minha armadura
em pétalas de amor.


-Soul Love