quarta-feira, 21 de maio de 2014

Uma sombra se move sobre minha cabeça. Pego, deixo-a tomar forma em minhas mãos. Olho através dela. Já sei o que vou encontrar. Todas elas me trazem a mesma imagem. Não consigo escapar. Se não as pego, elas não vão embora. Me cercam por horas até finalmente entrarem em combustão. E incendeiam o que estiver pela frente. Assim eu sou obrigada a reviver dia após dia as mesmas imagens. Cavando um poço de dor cada vez mais profundo na minha alma. Já não tenho mais lágrimas. Tanta dor faz com que eu me sinta  incapaz de chorar. É incoerente, mas a dor parece me fazer insensível às outras coisas. As imagens passam. Não preciso olhar, conheço-as bem. Me encaminho para frente do espelho. Arrumo os cabelos, engulo o grito que está na garganta, levanto a cabeça e saio. Preciso ir à faculdade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário