Hoje
visitei um edifício em construção. Passei por cada andar imaginando quantas
famílias aquele prédio ira abrigar. Fui até a cobertura e me pus a pensar:
De
cima da cobertura de um edifício em construção, a vida parece pequena em sua
vasta imensidão. Areia, tijolo, cimento.
Batem, furam, empilham. Bebem, fumam, gritam. Edificação.
De
cima da cobertura de um edifício em construção, o vento toca a pele, o céu
parece próximo. A paz está presente. Apreciação.
Tantas
casas, tantas ruas. Tantas pessoas e animais. Cada pessoa um pensamento.
Pensamento gera ação. Ação da sociedade. Sociedade em construção.
Política,
Saúde, governo, educação. Desvio,
roubalheira, “pão e circo”, mensalão.
De
cima da cobertura de um edifício em construção, eu vejo um viaduto, terrenos
ocultos, lixo em decomposição.
Debaixo
do viaduto, vive uma criança. Inocente ela dança, usa imaginação.
Debaixo
do viaduto, mora a fome e a miséria. A
histeria da guerreira que implora um pedaço de pão.
De
cima da cobertura, a riqueza julga a pobreza. Berço de violência e tristeza. Da
paz a redução.
Debaixo
do viaduto, o pobre sabe o que diz. Foi o voto do cidadão que escolheu a
representação que hoje brinda a corrupção, no nosso infeliz país.
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